quinta-feira, 15 de maio de 2008

* e fui embora assim... *


"Terminou assim, com uma frase qualquer dele que tinha um tom de "azar o seu".
Azar o meu o quê? Nunca mais sair com um homem que só me deixava com saudades de sair com um homem de verdade? Minhas amigas, vou lhes dizer: a carência é nossa inimiga número um. Você já parou para pensar nas besteiras que faz por carência? Liga pra relacionamentos falidos, dá bola pra babacas e o pior: se bobear até acaba dormindo com um deles.
Tá carente? Pega uma amiga sua que também está e passa uma tarde tentando entender por que os homens são tão bobos e mesmo assim nos faz tanta falta. Você não vai chegar a conclusão nenhuma, mas pelo menos passar a tarde com alguém que, assim como você, tem cérebro e sentimentos.
Essa é uma dica importante, mas a mais importante é a que vem agora.
Preste bastante atenção.
Ele é baixinho, tem olhos bem escuros, usa camisetinhas “mamãe quero ser forte” e pensa que fala inglês. *Hello, my darling*. E fala o tempo todo, pra mostrar que é fino e cult. Mas só consegue mostrar o quanto um pouco mais de macheza lhe cairia bem. Fuja, saia correndo, nem cumprimente esse tipo de homem. E, se você for homem e estiver a fim de colocar em prática alguma aula de defesa pessoal asiática, espere ele passar por perto.
E eu, que tenho, depois de algumas desilusões, todos os pés atrás com a raça. Eu que gosto de saber onde estou pisando e apenas me deixo sobrevoar quando o escolhido se mostra apaixonante o suficiente para me dar asas. Justo Eu , a precavida, caí no conto do vigário por pura preguiça de descartar mais um e agora sinto sobras de invasão neste meu território tão sagrado.
Quem nunca saiu com o cara errado que atire a primeira pedra! Mas atira nele, por favor.
Sim, este texto é escrito com orgulho ferido. Mas está longe de ser escrito com o coração machucado. Entendam, por favor. Não sinto saudades e tampouco falta. Sinto é raiva de ter perdido tempo com um mala desses. Quem ele pensa que é?
Quem tinha que ter dado o fora era eu!
Preste bastante atenção para não cometer o mesmo erro:
ele usa um chinelinho homossexual, mesmo com as roupas mais finas. Ele fala com entonação idiota frases do tipo “tá com fominha?”, “pára, bobinha”. Usa aquele colarzinho “sou um playboy descolado da balada” e penteia um topete “trabalho em firma” de lado, achando que arrasa.
Quem nunca saiu com o cara errado que atire a primeira pedra! Mas atira nele pra ver se ele grita fino.
Estou triste porque por alguns milésimos de segundos, que foram tão rápidos quanto o seu desempenho sexual, eu quase achei que ele fosse bacana.
Por que é tão difícil achar alguém realmente bacana? E melhor: por que, enquanto a gente não acha alguém bacana, a gente simplesmente não aceita a vida com todas as outras coisas maravilhosas que há nela e pára de ficar se enganando que qualquer babaca é bacana?
Deixemos clara a intenção sexual, minha gente! Pra que gastar dinheiro em jantares românticos, pra que assistir a filmes que vão além da inteligência sufocada num bracinho forte com a tatuagem à mostra? Pra que mostrar fotos da família?
Sim, ele até que é bonitinho. Ele, de boca calada (porque só de pensar naquela risada eu me irrito) tem bastante chance de levar pra casa uma ou outra mulher mais espertinha que esteja, no momento, sem nada melhor pra fazer e querendo relaxar.
É simples. Mulher também faz sexo por sexo, não queremos casar e morar numa casa com cerquinha branca o tempo todo. Muito menos com acéfalos.
Agora não venha subestimar nossa inteligência com romance barato pra depois mostrar que é só mais um babaca. Isso é herança da época em que ficávamos em casa ganhando peso e morrendo de medo dos nossos maridos nos trocarem por gostosas intelectuais. Agora nós é que somos as gostosas intelectuais.
Tá dado o recado, tá vomitada a revolta, tá levantada a pergunta: por que homens como esses ainda são chamados de “típicos” machos se não passam de “típicas” fêmeas?

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