quinta-feira, 17 de abril de 2008

A voz do Silêncio...

Pior do que a voz que cala, é um silêncio que fala.
Simples, rápido! E quanta força!
Imediatamente me veio à cabeça situaçõesem que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.

Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.
Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão.
Só ele permanece imutável,o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.
Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planosque não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não ficaaí parado me olhando!"
É o silêncio de um, mandando más notícias para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo.
[...]mesmo no amor,quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba, é aquele que fala.
E fala alto.

É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem

(Martha Medeiros)

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