sábado, 9 de agosto de 2008

Remando contra a Maré...


"Uma vez me disseram que a vida acontece de forma natural e sucessiva; que quando algo se força demais para acontecer, quando parece difícil, quando se rema contra à maré é porque o caminho está errado e você deve dar meia-volta-volver e seguir o seu caminho natural e consequentemente fácil.
Ok, com todo o respeito para quem me disse isso, mas para mim, suas palavras são apenas suas palavras e sinto-me completamente confortável em dizer que esse quadrado não se encaixa no círculo da minha vida.
Eu particularmente tenho remado contra a maré, peguei a direita e meu primeiro passo foi com o pé esquerdo e sem fazer figas segui meu caminho. Acho que escolhas são sempre escolhas e, independente de como as encaro aqui dentro de mim, eu jamais vou agradar "gregos e troianos" e por isso me vou.
Irônicamente minhas escolhas mais difíceis me pareceram as mais importantes. E essa minha última escolha não tem sido diferentes. Decidido está, agora não vou mais voltar atrás só porque para outras pessoas eu deva seguir pacificamente a vida, este caminho é o certo (para mim) pois é o que me faz feliz, é o que me faz viver de uma forma diferente, que me faz parecer que nesse caos todo alguma coisa ainda faz sentido. Difícil também é admitir que minhas escolhas vezes vão desagradar a uns e agradar a outros... aos que agrado ótimo, o difícil é desagradar aqueles outros tão igualmente significantes para mim. Mas é minha vida, esse é o curso da agua que resolvi seguir e é disso que eu falo o tempo todo.
Minhas escolhas, minhas decisões, minhas conseqüências, minha opinião, minha vida... e dela cuido eu!
Remar contra a maré necessita de força, de coragem e de uma imensa determinação, é ter consciência de onde quer chegar e ter certeza que a palavra "querer" vai te fazer conseguir. Eu sei que eu não estou remando sozinha, e sei também que desanimo, que falo que vou colocar o colete salva-vidas por pura precaução e disfarço dizendo que não tenho intenção de usá-lo, acho que às vezes vou usar também a tática de dizer que o barco furou e que fui obrigada a cair fora. Então, por favor, antes que eu diga isso, antes que eu pense em colocar o colete, ou achar que ele me seria útil pra algo, continue remando comigo, porque te ver remar, vai me faz ter vontade de remar também e então não serei mais uma força, seremos duas indo contra os conceitos e a favor dos nossos sentimentos.
Eu sei que uma hora o porto chega e nele vai reinar a calmaria. A verdade, faço isso por você, por nós, por tudo o que a gente começou a viver e não continuamos porque a tempestade fez virar o barco, e eu nem sabia naquela época que existia salva-vidas. Sobrevivi... sei lá Deus como, só sei que sobrevivi! E estou eu remando (novamente) contra a maré pelo mesmo motivo que quase me matou.
Devaneando um pouco nesses pensamentos, me lembrei de um caso de uma pesquisadora que por anos a fio estudou sobre uma certa doença, batalhou, encontrou dificuldades e mesmo assim seguiu, foi ao País de origem desta doença para saber de mais perto seus efeitos. Morreu pela Peste que lutou a vida toda para salvar outras vidas.
Agora eu te pergunto... te parece que este caminho que ela seguiu era o caminho errado?
Não, pelo menos não para mim, seguiu seus instintos, o que lhe gritava por dentro... o resto, foi apenas falta de sorte.
Acontece... voltando um pouco ao assunto...
Você também me grita por dentro, aliás, vc cresceu dentro de mim de uns meses para cá, de um jeito tão insuspeitável, me fez ver as coisas como antes, me fez sonhar e achar que a terceira chance não é por acaso. Você cresceu dentro de mim e eu permiti isso, eu poderia sim ter te colocado em um lugar pequeno e fechado as janelas, mas você precisava de espaço, você precisava de ar, de vida... e eu? eu simplesmente precisava de você e deixei, sem medo, você crescer na proporção que cresceu. Tomando conta de coisas que eram minhas... o meu coração, por exemplo, meus pensamentos, meu dia-a-dia mesmo sabe? Não há uma dessas coisas que não haja a sua presença. E é por tudo isso que eu remo contra a maré sem pensar duas vezes.
Há alguns dias atrás fizeram a seguinte pergunta: "E você confia e não têm medo?"... foi uma pergunta sensata! Qualquer ser-humano-que-se-preze possui uma coisa chamada instinto de vida, e é ele que nos faz saber que a panela que já te queimou uma vez, pode te queimar pela segunda. E eu me senti como uma criança que já havia sido queimada uma vez e que demorou muito tempo pra curar a ferida; e o mais incrível de tudo, é que quando me fizeram essa pergunta eu sem "pestanejar" olhei para dentro dos olhos da pessoa-imensamente-querida, e disse:" Não!".Confesso que me surpreendi com a resposta, porque eu senti, em mim mesmo, que aquilo era a verdade nua e crua. Não me tornei um daqueles adultos traumatizados pelos acontecimentos da vida.
Agora, eu pergunto... você acha mesmo que o curso natural da vida é a calmaria?
Desculpe-me sinceramente! É dentro do caos que eu encontro a minha paz, e para achá-la eu preciso me embolar nesses momentos e vivê-los intensamente para depois ser feliz!
E mesmo indo contra a maré, e indo contra o tal dos gregos e dos troianos, eu hei de ser feliz...... porque eu sei que você vai estar junto comigo!

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